E tu, sem profissão, quem és?
Olá,
já reparou que, por vezes, ao identificar uma pessoa para que seja reconhecida refere - a Catarina padeira, o Manel Francisco construtor, o Xavier médico.
A pessoa e a profissão parece que se tornam uma só, como aqueles produtos em que uma marca passa a designar um produto como - Pladur, Kispo, Gilette, e outras.
Mas as pessoas não são produtos. E por vezes continuam a fazer algo que não gostam, porque se não tiverem aquilo afinal o que são?
Um lugar na sociedade ganha-se com a profissão que se tem.
Eu por exemplo, sentia-me mais integrada quando trabalhava (embora insatisfeita, a vários níveis) do que a ser mãe a tempo inteiro, sentia-me mais normal, menos ovelha negra fora do rebanho.
Depois há os estereótipos - um médico é um médico, e analisando friamente tem mais peso na sociedade que um senhor das obras. O meu filho no outro dia dizia-me que o médico teve de estudar muitas horas e o senhor das obras não. O que é estranho é que para exercer a sua profissão o médico precisou do trabalho do senhor das obras, e se este não faz bem o seu trabalho pode dar me#d@ da grossa - é giro não é?
Há vários estudos que referem que os miúdos estão mais irrequietos e necessitam de mais comprimidos para acalmar, ao mesmo tempo que as mães têm zero tempo, mas ser mãe a tempo inteiro ou part time não é relevante na sociedade, parece que falta sempre algo.
E os reformados que dedicaram 100% do seu tempo à carreira, quando termina o que são afinal? Vão ter que passar mais tempo com uma pessoa que escolheram há muitos anos atrás, a qual nunca conheceram bem, afinal estavam dedicados à carreira, que vida vão viver agora, sem profissão?
Por trás de uma profissão há muito a analisar, mas não há tempo para isso, afinal a vida passa a correr e há muito para fazer, não é?
A vida, o tempo e as decisões ...