Olá,

Passei a festa sem ver um touro ao vivo (nas redes não é fácil).

Antes de atirarem farpas, deixem que vos conte uma história.

Durante vários anos o meu marido tinha por hábito ir ver as corridas de touros em Arruda e eu ia com ele, ora corria o ano de não sei quantos durante agosto e lá fomos nós com mais uns amigos. Naquela linda noite chega à parte dos forcados, e um deles estava a ser bastante mal tratado pelo touro. A cena foi tal, que comecei a chorar, com pena do Sr. que não conhecia de lado nenhum. Ora bem isto de chorar por homens, já é um bocado passado de moda, ainda mais por um desconhecido que nem é uma celebridade. Portanto, declarei ao meu excelentíssimo esposo - Nunca mais venho ver isto! E assim foi.

As largadas ainda ia ver, sempre cheia de medo claro está, mas este ano nem isso, sem razão especial.

O meu filho mais novo adora, o meu marido também continua a ver se lhe apetecer e sinceramente não tenho nada contra, mas acho que por vezes participamos em eventos e tradições por arrasto sem pensar muito.

Respeito quem gosta, longe de mim criticar o espetáculo, gera convívio positivo e anima a vila.

O que é pena é o espírito de convívio e vida no centro da vila não se manter durante todo o resto do ano, apoiar comércio, manter espaços públicos agradáveis em que apetece estar e visitar.

Este ano as pessoas estavam com saudades (muitas) das festas e das outras pessoas, normal depois de uma pandemia, agora é só não deixar morrer o entusiasmo e continuar a manter a festa e a vida na vila, nem é preciso esperar 360 dias.

Não estive muito participativa nestas festas, mas passo bastante tempo em Arruda e era bom continuar a sentir o entusiamo, tanto de quem o consegue proporcionar, como de quem o pode exigir e disfrutar.

Ideias extravagantes? Talvez! Se calhar o primeiro que se lembrou de soltar um touro no meio de uma vila também passou por extravagante, ideias há muitas, só vingam as que a maioria decidir alimentar.

Gosto muito de animais, mas ainda gosto mais de pessoas.

Verão Feliz!